Investigação

Ministério Público investiga abadia de Caçapava do Sul

Marilice Daronco

O Ministério Público de Caçapava do Sul abriu, ontem, uma investigação sobre uma abadia da igreja veterodoxa, mantida na cidade e que oferece aulas de música de graça para crianças e adolescentes carentes.

A intenção é apurar se houve eventual violação dos direitos das crianças e dos adolescentes vinculada à abadia de dom Marcos com as crianças que frequentam aquele local afirma a promotora Cíntia Foster.

De acordo com a promotora, há pelo menos uma irregularidade:

Todo lugar que recebe crianças e adolescentes carentes para atividades tem de estar cadastrado no Juizado da Infância e da Juventude. Principalmente, porque esse local abrigou um adolescente em 2010. Como esse cadastro não existe, a instituição não vinha sendo fiscalizada. Na época, houve um erro em não se ter fiscalizado essa situação diz a promotora.

A coordenadora do Conselho Tutelar de Caçapava do Sul, Cláudia Fernandes, afirma que nem mesmo os conselheiros tinham autorização para conversar com as crianças na abadia. A promotora solicitou, ontem, que o conselho encaminhe um documento oficializando que teve sua entrada negada.

Queremos saber o que efetivamente é feito com as crianças no local, que tipo de atividades elas participam. São aulas? São oficinas? Não temos informações sobre isso argumenta a promotora.

Mesmo sem cadastro, em 2010, o local, que não costuma abrigar crianças e adolescentes, recebeu o pedido da Justiça para receber um adolescente de 13 anos. O adolescente procurou a Polícia Civil da cidade alegando ter sofrido violência física na abadia. Um processo foi aberto no Juizado da Infância e da Juventude, mas ele corre em segredo de Justiça.

Segundo o coordenador da abadia, o arcebispo dom Marcos de Santa Helena, no local, são oferecidas apenas aulas de música para meninos e celebrações religiosas para a comunidade. Atualmente, 10 crianças teriam atividades no local durante o dia e retornariam para suas casas à noite. Algumas delas participam de viagens para integrar concertos.

Segundo Santa Helena, a Congregação Monástica de Santa Cecília, fundada no local, pertence à Arquidiocese de Santo Anselmo de Cantuária e teve origem na Argentina. Lá, vivem, além de dom Marcos de Santa Helena, que foi excomungado das igrejas Católica e Anglicana, outros dois monges. Santa Helena nega que o Conselho Tutelar tenha sido impedido de entrar no local.

Hoje, a promotora deve se reunir com outros três promotores para analisar os caminhos da investigação.

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